sábado, 29 de agosto de 2009

Tipologia da Solidão (Pelo menos para mim)

Piccola stella senza cielo” (Luciano Liagbue).

“Sou um rouxinol preso em terra estrangeira e tu és minha gaiola dourada” (Filme “A Cor da Romã”, 1968).

Gosto dessas sentenças. Elas são tipos de solidão.

A primeira constitui-se em uma solidão completa: representa o desamparo, no qual parece não existir a possibilidade de se encontrar um lar ou algo que torne a solidão um tanto menos entristecedora. Já a segunda sugere que há momentos em que, mesmo na solidão, ainda há esperança: no meio do turbilhão – a terra estrangeira – existe ainda a permanência de algo na lembrança – a gaiola dourada – capaz de embelezar a visão e tornar o contexto ao redor menos opressor. Isso me remete a um soldado, em campo de batalha, admirando a fotografia de sua amada.

Gosto também de “But I still haven't found what I'm looking for” (U2) ou “You can go all around the world, trying to find something to do with your life, baby” (Cry Baby, Janis Joplin): são representações de uma solidão misturada à certa inquietação: onde quer que se vá, o que quer que se faça, com quem quer que se esteja, não tem jeito, a solidão permanece e, embora se tente, não se conhece o porquê de tamanha inquietação. Pode ser resumida por meio da famosa pergunta: “O que é que estou fazendo aqui?”.

Existe a solidão camuflada Noi parliamo spesso si, ma è così, siamo soli” (Siamo Soli, Vasco Rossi). É aquela situação em que acontece a conversa entre as pessoas, porém não existe uma compreensão mútua ou uma verdadeira vontade de dialogar. Eu a resumiria da seguinte forma: “Caramba! Parece que estou falando com a parede!”.

Existe também a solidão provocada pela a ausência do ser amado, seja ela representada pelo período entre a despedida e o reencontro, seja ela devido ao fim de um relacionamento: “Diga que é pra ela voltar, que sem ela eu não faço nada bem” (Pra Ela Voltar, Nando Reis) ou “Se perdo te cosa farò? Io non so più restare sola, ti cercherò e piangerò come un bambino che ha paura”(Se perdo te, Patty Pravo), ou ainda, “Oh, if I could pray, and I try, dear, you might come back home, home to me” (Maybe, Janis Joplin). É uma solidão provocada por aquele que ao partir, levou consigo uma parte daquele que ficou.

Não importa a tipo da solidão; o remédio existe! Eu o chamaria de “All you need is love” (Beatles). Bem... Aí, eu poderia esquivar-me da “Tipologia da solidão” para me adentrar, então, na “Tipologia do amor”!

2 comentários:

  1. Oi Grazi!
    Por falar em "solidão", sinto falta dos amigos queridos! Inclusive de você!!!!
    Beijos.
    Saudades

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