segunda-feira, 25 de maio de 2009

Cena Inusitada...

As cenas cotidianas do trânsito costumam ser conteúdos banalizados de violência, desrespeito, impaciência, imprudência, falta de educação... e, por isso que, diante desse contexto, é fácil surpreender-se pelas cenas nobres que, inusitadamente, podem acontecer, ainda mais quando protagonizadas por um homem e um gato, – Isso mesmo! Um homem e um gato! – sendo que elas nem mesmo são comuns entre humanos.

A princípio, fiquei curiosa, pensando que o ônibus em que eu viajava, de Campinas a Nova Odessa, poderia ter quebrado. No entanto, quando percebi o que realmente estava acontecendo, a cena causou-me uma sensação de surpresa misturada à comoção; e eu admirei o motorista do ônibus por sua solidariedade e boa-vontade, sentimentos que – confesso eu – acredito estarem cada vez menos evidentes nos motoristas, independentemente do porte do veículo que dirigem e das vias pelas quais escolhem traçar seus caminhos.

O motorista parou o ônibus no acostamento da rodovia, desceu do veículo, andou 15 metros no asfalto para acolher em sua mão um gatinho branco vira-lata, abandonado, livrando-o, assim, da iminência de ser atropelado, pois os veículos trafegavam em alta velocidade e o filhotinho, obviamente, ignorava o perigo intrínseco à sua aventura de tentar, inocentemente, uma travessia por aquela via tão movimentada.

O bichano foi salvo e o motorista, sorrindo, voltou para o ônibus. Eu sorri também, claro. A viagem prosseguiu, comigo desejando muitos anos de vida àquele gatinho sortudo.

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